EU VIM DE LÁ DO INTERIOR

Eu vim de lá do interior.
Aonde a religião ainda é importante.
Lá se alguém passa em frente da matriz,
Se benze e pensa em Deus, 
E não sente vergonha de ter fé.

Eu vim de lá do interior.
E sei que a religião 
já não influi mais tanto nas pessoas
Sei que a televisão,
O rádio e o jornal
Convencem mais cabeças
Do que o padre lá no altar.

Mas deixa eu lhe dizer,
Que eu ainda creio e quero crer,
Que sem religião não sei viver! 
(Bonita canção de Padre Zezinho)

Ela retrata o presente século, materialista, movida por uma fé racional, com tendência para o calvinismo. É a fé que pede de volta frutos materiais.

O tempo retratado por padre Zezinho é o nosso. É o tempo em que tentam negociar com Deus. É o tempo em que o símbolos da fé estão aos poucos sendo dizimados e a lei do dízimo do Segundo Testamento está em alta.

A DOUTRINA DA TRINDADE

Foi a tradição católica quem sistematizou a doutrina da Trindade. E não podia ser diferente, pois a Bíblia não poderia por si só definir sua própria doutrina.

Coube à Igreja Católica esse papel de definir as doutrinas da Bíblia, mesmo sob os protestos de alguns grupos religiosos.

Dentro dos grupos mais tradicionais do Protestantismo, a doutrina da Trindade é perfeitamente aceita, apesar de pregarem aos quatro ventos que só admitem como verdade o que está escrito nas Escrituras. É a chamada Sola Scriptura.

Ora, poderemos folhear a Bíblia de ponta a ponta e não encontraremos a palavra trindade. Foi a Igreja quem definiu esse nome, com base no que está escrito no Velho e Novo Testamento. A ideia de um Deus trino, está clara em muitas partes. Nem precisamos gastar muito o verbo para encontrarmos o Deus de Israel se manifestando em três pessoas.

No batismo de Jesus (o Filho), o Espírito Santo desce em forma de pomba. Uma voz (Deus Pai) fala: este é meu filho amado.(Mt 3,17 e 18)

"Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus.

E do céu baixou uma voz: Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição."

SANTO AGOSTINHO E A TRINDADE

Conta-se que Santo Agostinho andava em uma praia meditando sobre o mistério da Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas distintas.

Enquanto caminhava, observou um menino que portava uma pequena tigela com água. A criança ia até o mar, trazia a água e derramava dentro de um pequeno buraco que havia feito.

Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolveu interrogá-lo sobre o que pretendia. O menino, olhando-o, respondeu com simplicidade: 

- Estou querendo colocar a água do mar neste buraco.

Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe:

-Mas você não percebe que é impossível?

Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe:

- Ora, é mais fácil a água do mar caber nesse pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser entendido por um homem.

Santo Agostinho na história está representando cada um de nós que fica muitas vezes querendo entender os mistérios de Deus.

Um dia tudo será desvendado. Acreditem!

TODAS AS MISSAS SÃO IGUAIS?

Há essa ideia na cabeça de muitas pessoas em dizer que todas as missas são iguais. Essa ideia está no rol daquelas que podemos classificar como santa ignorância, pra não dizermos outra coisa.

Quem diz que todas as missas são iguais mostra ser um péssimo observador das coisas ou analisa os fatos de outro ponto. 

Senão, vejamos: é certo que há na missa uma parte que é repetida, como a profissão de fé, o em nome do Pai, etc. Há, porém, uma variedade de orações que são diferentes em cada missa. Na preparação para a comunhão as orações são totalmente diferentes em cada missa.

As leituras tiradas da Bíblia são diferentes também. Sempre há uma primeira leitura, um salmo, uma segunda leitura e outra retirada de um dos quatro Evangelhos. A leitura do Evangelho será a base para o sermão.

Depois dessa explicação, como pode haver tanta gente que acredite que todas as missas sejam iguais? Só a falta de informação leva isso.

Até o grande escritor Machado de Assis referiu-se a essa ideia pela boca de um personagem de seu famoso conto "Missa do galo".

O TESOURO DA LITURGIA CATÓLICA

A liturgia católica é composta de, entre outras coisas, os cânticos e as leituras das missas.

No que se refere às leituras, há algo muito importante a ser levado em conta: todas as leituras das missas são iguais em todos os recantos do mundo.

Isso é um ponto bastante positivo, se analisarmos do ponto de vista da comunhão da Igreja onde quer que ela esteja.

A Igreja precisa estar em comunhão permanente. As leituras que são lidas na minha cidade também são lidas no Japão, Estados Unidos, Canadá, México, Roma.

As leituras não são lidas aleatoriamente. Há uma liturgia que rege, organiza. Até mesmo em Jesus Cristo a liturgia se cumpriu. (Lucas 4, 21) 

A MULHER PECADORA

Evangelho Segundo Lucas, 7,36-50

O evangelho da liturgia de hoje mostra mais um episódio entre Jesus e os fariseus. Simão, o anfitrião, assim como muitos judeus da época e seus imitadores de hoje, não entendia qual era o papel de Jesus na vida de um pecador: conviver com ele para atraí-lo para a conversão. O fato de comer na casa de um pecador ou conviver com pecadores não significava ser um deles. 

No final da passagem (v.49), a pergunta "quem é este que até perdoa pecados" demonstra que eles não conheciam Jesus. E que eles pensavam de Jesus tudo, menos que ele era o Filho de Deus.